sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Resenha: Apocalipse, de Juliana Bizatto

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Olá, pessoal!
Passando aqui para deixar a dica da sequência do livro comentado anteriormente. Afinal, nada que é bom se deve deixar pela metade, certo?


Autora: Juliana Bizatto
Páginas: 461

"Meu mundo tinha sido destruído duas vezes num intervalo de um mês, um apocalipse dentro do outro e o pior é que este era apenas o princípio do fim."

Resenha:

O livro retoma exatamente a mesma noite em chamas que finalizou "Luxúria", trazendo dessa vez uma grande reviravolta para todos os personagens.
Sam é apresentada a uma realidade com a qual não será nada fácil se acostumar. De repente, as Hoffer eram Björin, uma antiga linhagem de bruxas que tinha feito acordo para se manter viva durante a Inquisição, e seu namorado, justamente um caçador disposto a matá-la.
Não que todo o romance vivido pelos dois tenha sido esquecido, contudo há outros problemas que não podem ser levados a partir de sentimentos bobos e corruptos. Eliminar bruxas foi sua grande missão durante a vida, porém, após descobrir sobre sua linhagem e que as Hoffer/Björin estavam protegidas por um antigo acordo, Benjamin precisa ter coragem não só para encarar Sam, que o odeia enormemente, como também para revogar todo e qualquer sentimento.
Por motivos ainda desconhecidos, os poderes de Samantha foram desbloqueados e crescem a cada dia mais. Janelas quebram, livros são arremessados, tempestades mudam de acordo com seu humor. O tubarão, seu mais novo-velho amigo, faz questão de mudar suas táticas a cada sonho e devorá-la sem dó.

"Todo mundo torce por um potinho de luz na escuridão."

Entretanto, os indícios de bruxaria em Tormento também não foram deixados de lado. Sem um culpado sendo descoberto, a rotina de Samantha e os caçadores fica cada vez mais atrelada e lidar com os sentimentos que nutri por cada um deles após ser traída é uma batalha interna na qual sempre sai sangrando e chorando.
Mesmo protegida pelos caçadores, há alguém disposto a matá-la. A sede por poder nunca foi tão grande por aquele liberto recentemente e agora todo lugar representa perigo, assim como as pessoas são suspeitas.
Quem estará verdadeiramente disposto a lidar com tamanho apocalipse em sua vida?
Novamente, a autora traz uma história envolvente, regionalista, com críticas disfarçadas e cheia de detalhes fascinantes, contudo numa realidade totalmente diferente da primeira. As personagens antes com tamanha razão para tudo começam a duvidar de suas vidas e, até mesmo o companheirismo eterno entre as Hoffer, acaba sendo abalado.
Bem escrito e revelador, em Apocalipse pode-se acompanhar um destino nada fácil de uma jovem em crise consigo mesma, com ideias pipocando na cabeça a todo instante enquanto se vê pela primeira vez traída na vida, que por acaso está de pernas para o ar.
É possível notar a ingenuidade com a qual Samantha convivia sempre em sua bolha de festas, família, garotos e surf se desfazer com um raio, vindo não somente para estourá-la como para anunciar uma enorme tempestade e que o mar talvez as ondas estejam ainda maiores do que ela possa enfrentar.
Há o aparecimento de outros personagens que chegam com a ideia de ajudar, os quais movimentam bastante a narrativa, sendo eles Hilária, nova professora de bruxaria de Samantha, e seus dois filhos, Rica, que se envolve com Mô, e Caio, um rapaz persistente a conquistar Sam. Isso e a revelação do significados os símbolos que estampam a cada de cada livro.
Entretanto nem toda companhia parecerá surtir efeito para os grandes incêndios que marcam essa temporada da vida da protagonista, não somente de forma literal como interna, na qual Sam precisa se concentrar e conseguir lidar com a raiva que se tornou força motriz de todos seus poderes e ainda tentar renascer das cinzas as quais todos seus sonhos foram reduzidos.
Em meio a uma enorme crise, fica complicado inclusive decidir em qual lado ficar, pois ambos têm seus acertos e erros. Samantha foi traída. Mantém-se irredutível quanto a uma possibilidade de perdão após ter sido magoada dessa maneira. Benjamin também teve seus motivos para chegar até ali. Logo o leitor é apresentando a um cabo de guerra entre os sentimentos e a razão com corda prestes a se romper por tamanha força usada e na qual os dois jogadores sairão machucados. Na verdade, três, se por acaso o leitor sentir-se sugado pelo casal, o que não é improvável de acontecer, pois os inúmeros segredos da história já despertam curiosidade e as teorias conspiratórias aumentam a cada livro.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Resenha: Luxúria, de Juliana Bizatto

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Olá, leitores!
Não podia deixar de trazer uma resenha incrível de uma série sensacional. Senta que lá vem história!


Autora: Juliana Bizatto
Páginas: 494

"Só tinha um problema: eu gosto de ondas grandes, que, quando quebram, não deixam pranchas ou pessoas inteiras".

Resenha:

Detalhado, bem escrito e humorado, trazendo um paralelo entre a modernidade e o romantismo, colocando em cheque as crises de um amor adolescente platônico que pode ser fatal.
A família Hoffer é composta por lindas dez mulheres. Loiras, de olhos claros, ricas, desejadas e um tanto mimadas, com uma família com regras que concedam liberdade sem hipocrisia. A união entre elas é um laço extremamente forte e defendido até mesmo com esquisitices, todavia, qual família não tem?!

"De uma forma ou de outra, a casa branca era a minha igreja e a minha família, minha religião".

Em meio a elas, encontramos a protagonista, Samantha, uma jovem um tanto diferente das demais Hoffer, igualmente linda, porém trazendo como inéditos os olhos negros e um amor impressionante pelo mar, surfista talentosa.
Tormento é uma cidade pequena do litoral sul do Brasil, de belas praias, clima e mar inconstantes, onde as loiras são quase rainhas. Qualquer coisa que envolva seu sobrenome é o suficiente para paralisar e prender a atenção de todos.
Como em todas as cidades pacatas, mudanças são rapidamente notadas e, ao sair da ilha numa típica ida a escola, Sam se depara com os olhos verdes mais impressionantes que já viu na vida.
Benjamin é um rapaz lindo, capaz de enlouquecer inúmeras garotas. Desde o primeiro olhar, consegue mexer com Sam sendo capaz de causar borboletas que ela nunca sentiu, nem mesmo no início de seu namoro com Martin, o qual perpertua desde a infância.
Fadada a uma vida sem aventuras, a jovem era representante do romance perfeito, porém sem sentimentos que fossem além da amizade. A chegada do forasteiro modifica algo em Samantha fazendo-a notar que seu namoro com Martin estava por um fio, contudo o comodismo e a mudança a deixavam com medo.
Enquanto isso, Benjamin não a deixa em paz, sempre provocando e questionando, aproximando-se cada vez mais da vida de Sam e fazendo suas estrelinhas desastradas ainda mais confusas com borboletas dançarinas que não param nunca em sua barriga.
Personagens que variam do amor ao ódio (e alguns que só provocam ódio mesmo), repleta de festas, além de ser possível fazer comparações interessantes com outras obras, revelando uma pitada de Fallen, Mentirosos e, até mesmo, Saramandaia para quem conseguir captar referências, representando o nome do livro pela ânsia da autodescoberta, do desejo e de um passado, presente e futuro desconhecidos e incertos com as novidades.
Com uma construção contempotânea de romance, com surpresas e incertezas, revelando a fantasia em pequenos sinais e um senhor epílogo que te faz criar mil e umas teorias, além de aumentar a ansiedade pelo segundo livro da série, a autora consegue construir uma história animada e instigante, unindo diversas questões sociais em meio aos dramas adolescentes, como a importância da família e os problemas dentro dela, segredos, política (mesmo que não tenha foco nisso), violência, poder aquisitivo e a concepção de maturidade com idade.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Resenha: Megan & Ethan, de Evilane Oliveira

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Olá, leitores!
Nada melhor que uma boa leitura para animar e é justamente por isso que venho deixar uma dica incrível de leitura. Acreditem, vale a pena!


Título: Megan & Ethan
Autora: Evilane Oliveira
Páginas: 71

"Quero ganhar essa guerra que há dentro de você."

Resenha:

Uma história que não decepciona! Tive primeiro contato com a escrita da autora por "A jogada perfeita" e gostei demais da premissa da história. Agora, na onda dos contos, não podia deixar de conferir mais uma das histórias que essa série nos traz.

"Suja. É assim que me sinto todas as noites, quando o passado entra em meus sonhos."

Megan e Ethan se encontram numa situação não muito boa. Ela está fugindo, de si, do seu passado que a atormenta, principalmente quando ele insiste em retornar. Pior? Seu pesadelo foi criado justamente por quem devia protegê-la.
O sentimento de querer afastá-la do mal invade Ethan à primeira vista. Algo que ele nunca tinha sentido antes e estava doido para experimentar a sensação, mesmo sabendo que havia uma dor insistente nela. Ele queria livrá-la disso para sempre.

"Não é um beijo carnal, nada de desejo ou sexo. Apenas um carinho, um toque íntimo que alcança meu coração."

A história é curta, mas tem tudo que um bom livro precisa. Conta com início, meio e fim bem separados. O envolvimento entre Megan e Ethan é rápido, porém bastante literário, onde um procura abrigo no coração do outro. A narrativa alterna entre os protagonistas e isso torna tudo bem mais flexível. Acho uma tática muito boa. Evita que fique algo maçante.
Traz ainda problemas sociais que por mais batidos sejam, ainda merecem atenção porque são recorrentes. É a segunda leitura que faço da autora e novamente ela pega um tema desses. Amo demais isso. Antes, preconceito homossexual, agora violência contra a mulher e a visão dela como mercadoria.
Gostei demais da história. Li antes dos outros livros, então peguei alguns spoilers, mas nada que seja destruidor. O modo como a Megan estava disposta a confiar novamente e de Ethan a cuidar foi lindo, mas acima de tudo eu gostei de uma cena específica na qual ela ouviu sua dor e sabia que não estava pronta para algo, então não se forçou a isso, afinal a pessoa em especial não merecia. Quem ler, vai entender bem o que digo.

Nota (4,5/5): 🌟🌟🌟🌟