segunda-feira, 12 de março de 2018

Resenha: Os contos de New Locked City, de P. P. Rodd

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Olá, leitores!
Essa resenha vai especialmente para os amantes de romance policial, porém já garanto desde já que essa resenha é de caráter subjetivo e por isso sugiro que, caso a proposta do livro lhe agradou, realize leitura dele e tire suas próprias conclusões.


Título: Os contos de New Locked City
Autora: P. P. Rodd
Página: 192

"Mas essas certezas às vezes podem ser enganadoras, e um amor tão grande pode também trazer uma imensa decepção."

Resenha:

Assim que botei meus olhos na sinopse desse livro, fiquei bastante ansiosa para ler, afinal quem nunca assistiu CSI ou qualquer outra série criminal? Colocar esses conhecimentos de ouro adquiridos para solucionar um caso de livro é uma missão que infla o peito.
Infelizmente, a experiência de leitura não foi exatamente o que eu esperava.
A história se passa em New Locked City, uma cidade fantasiosa da qual o autor não revela muitas informações sobre a localização, contudo acaba entrando o primeiro impasse: nomes nacionais e sobrenomes estrangeiros (tal como o nome do cenário onde ocorre tudo). Sei que tem o estilo literário e não devemos julgar tudo querendo que seja totalmente realista, mas isso me incomodou um pouco, não nego.
No enredo, Gabriel Murrad supostamente cometeu suicídio, porém assim que o detetive K. viu presenças suspeitas no velório do amigo, decidiu que talvez pudesse ter algo a mais por trás de toda aquela surpresa.
Durante a busca por descobertas, acaba dando de cara com M., ou melhor dizendo, a legista Maria Helena que avaliou o cadáver e achou a situação do corpo bastante curiosa para alguém que somente teria dado um tiro na própria cabeça.
Juntos, os dois seguem uma linha de investigação que promete ser bastante perigosa.
O que dizer quanto os personagens? Não são exatamente aqueles que te cativam e fazem querer devorar o livro. O modo de escrita extremamente formal do autor acabou por deixar as coisas, ao meu ver, bastante lentas e isso desanimou um pouco. Por exemplo: basicamente todo início de capítulo o detetive K. comentava sobre a vizinha caduca que esqueceu os lençois na corda enquanto chovia ou o modo como o céu estava cinzento pelo inverno.
A narração acontece em primeira pessoa e vai alternando entre o detetive K., a legista e algum outro personagem que se demonstre suspeito, como André Carrasqueira, um CEO da cidade, e Iago Santonne, chefe da máfia local. Acredito que essa mudança foi um ponto positivo, pois se permanecesse somente sob o olhar de K., eu teria desistido do livro.

"Nenhuma busca jamais é em vão e toda luta tem vitória, por mais demorada que possa parecer."

É um livro que sem dúvidas eu esperava mais, bem mais. Não que a história num contexto total seja ruim. Houve uma elaboração bacana, todavia o autor não conseguiu instigar tanto meu senso de descoberta e o desfecho do motivo da morte de Gabriel junto ao modo como ocorreu foi arquitetado demais e, me atrevo a dizer, um tanto fraco.
Nas últimas cinquenta páginas, a escrita parece fluir pouco mais rápido. O texto traz algumas reflexões boas quanto ao comportamento humano e finaliza com pontos de vista de personagens secundários (não sei dizer se isso foi algo bom ou ruim) na tentativa de não deixar pontas soltas.
Apesar de ter quase duzentas páginas, a leitura se mostrou mais demorada do que o esperado.
Para quem gosta desse tipo de história, recomendo que adicione a lista. Aos que não curtem tanto, mas se interessaram pela sinopse, também recomendo que leiam, afinal cada um tem sua opinião e gosto.

Nota (2/5): 🌟🌟

🔰 O livro pode ser adquirido em formato físico na Saraiva.

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