terça-feira, 1 de maio de 2018

Resenha: Diamante azul, de Carol Távora

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Olá, leitores!
Como têm passado? Estou aqui hoje para trazer a resenha de mais um nacional bem escrito e de uma autora que tive a chance de conhecer pessoalmente no acaso total. Espero que gostem da obra e queiram dar uma conferida por si só na narrativa.


Título: Diamante azul
Autora: Carol Távora
Páginas: 270

"Se não a integrarmos, ela nos domina. Se a ignorarmos, ela nos destrói."

Resenha:

Uma fantasia rápida, fluída, inteligente e bem diferente do convencional.
Annie perdeu os pais quando tinha apenas cinco anos. Cresceu na companhia de Melanie, sua irmã gêmea e totalmente contrária em personalidade, e uma avó bastante amorosa, ambas sempre dispostas a tirar Annie do abismo que a depressão lhe proporcionara sempre.
Entretanto, com a chegada do aniversário de dezessete anos das moças, as dores de cabeça de Annie ficam mais frequentes e cenas desconexas são demonstradas. Crises, machucados e um mistério.
A fim de proteger as netas, a avó decide se mudar para uma ilha bem distante, sequer dando uma justificativa do que de fato estavam "fugindo".
O que Annie não esperava é que encontrasse nessa viagem o menino dos olhos verdes o qual ela sempre viu em sonhos, porém sem trocar sequer uma palavra. Há algo entre os dois muito maior do que pode imaginar.
Um novo mundo parece surgir quando Annie é apresentada a suas origens e sua missão. Ela foi escolhida para ser Guardiã do Diamante Azul, uma entidade a qual nunca viu ou ouviu falar, porém seus pais e todos antepassados deram a vida para salvar.

"Não podes viver no que poderias ser, ignorando o que és."

Entretanto, uma maldição risca seu destino. Ela tem mais influência do que imagina e tudo se mostra um quebra-cabeças ainda maior. Está na hora dela se conhecer e aceitar seus dois lados, todavia essa escolha pode levar ao poder a paz ou o caos.
É um livro que me animou bastante lendo. A protagonista passou por maus bocados e a autora retrata isso logo no início. A dor da perda, a depressão, pensamentos mais profundos e os devaneios metafóricos da personagem são quase palpáveis, principalmente para quem gosta dessas reflexões (como eu). Claro que sempre tem aquele momento surpresa, a virada do jogo que mostra o lado de quem viu Annie se afundando por anos e agora está disposta novamente a segurar sua mão para então cumprir seus destinos, seja lá qual for.
Só que não vemos somente a tristeza nessas linhas. O amor que as irmãs nutrem uma pela outra é encantador. Melanie sempre estava disposta a ajudar Annie quando preciso fosse, ainda que a irmã não pedisse ajuda. Uma sendo o pilar da outra. Há ainda aquelas amizades que surgem nos momentos inesperados e são essenciais, cada uma a sua maneira.
Vemos a mente de uma jovem receosa e desorientada. Annie quem narra todo livro e nos permite mostrar não somente sua ingenuidade quanto aos fatos (confesso que tem algumas dicas que ela deixou passar e me deu vontade de estapeá-la para deixar de lerdeza) como também traços de uma juventude pouco vivida. Sabe o termo "gente como a gente"? Ela pode não ser a personagem mais perfeita, mas retrata em alguns momentos exatamente o que o leitor pensa e desejos mundanos, como passar a noite no sofá assistindo série.
Há a elaboração de um enredo bacana com traços cotidianos e sem personagens que sejam de revirar os olhos. Aliás, sequer me recordo de ter feito isso em algum momento da leitura, o que é um ótimo sinal.
Tiveram os momentos clássicos e dignos do "tipos de fic", com casal quase formado, algo que os impedisse e o aparecimento de um pedaço de mau caminho capaz de desajustar o tanque de muita gente.
Além disso, a autora se mostrou bastante capaz na escrita do seu primeiro romance, conseguindo casar a fantasia (claro que não podia faltar algum momento de arrancar suspiros em cenário tão azul e brilhante quanto o diamante) com assuntos mais reais e delicados como a autoavaliação, puxando algumas referências em clássicos e até mesmo na psicologia, ao falar das sombras e os lados de uma pessoa, sobre a busca de quem realmente somos. Inclusive me surpresou com um final novo, em aberto, porque ao pegar o livro confesso que não imaginava que teria sequência.
Agora só tenho a declarar que estou esperando ansiosamente pela chegada de "Diamante negro".

Nota (4/5): 🌟🌟🌟🌟

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