sábado, 5 de maio de 2018

Resenha: O diário dos trinta anos, de Joyce Xavier

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Olá, leitores!
Venho dessa vez trazendo a dica de uma leitura regada de bom humor, uma obra nacionalíssima que vale super a pena. Em breve o livro será relançado em junho/julho pela Editora Multifoco, por isso ainda não tem link disponibilizado para compra no momento.


Título: O diário dos trinta anos
Autora: Joyce Xavier
Páginas: 116

"Eu sei onde dói, eu sei como dói e cada um sente a sua dor. Cada um tem a sua forma de agir e levantar a poeira."

Resenha:

Divertido, criativo e inconstante. Isso resume desde o livro até a própria protagonista.
Malu é uma mulher moderna em conflito interno. Indecisa, sonha com o amor ainda, mesmo que seus relacionamentos tenham terminado num par de chifres em sua cabeça.
As coisas começam oficialmente quando Carol, a atual namorada de um ex, dá a ela um presente para compensar a carência para provocá-la, um diário, Ginger, que aparece para resolver tudo sendo o maior confidente que a protagonista já teve.
Apesar de ter completado trinta anos, Malu Maluca permanece com mentalidade de quinze. Bem sucedida economicamente e dois diplomas na parede, ela passa por dias complicados na tentativa de esquecer o amor que tem por sua recente desilusão amorosa, o divórcio com Rafael, um ser que desprezível, vale ressaltar.
Uma personagem muito fácil de se amar e odiar, intercalando a cada dois capítulos.

"Sou um porre ambulante de uma ressaca infinita."

Para piorar, essa busca constante por algo ou alguém que a complete a leva a cometer grandes burradas e a arrumar companhias que não vem para somar em sua vida. Quando acha que está perto de encontrar o antídoto que a fará esquecer o ex grande amor de uma vez, alguma coisa acontece para jogá-la de volta algo fundo do poço.

"Ele não sabe o que é amar, ele não se ama, não se respeita e não consegue respeitar ninguém. [...] Eu não posso cobrar respeito do homem que eu amo se eu mesma não me respeito."

Uma comédia romântica dolorosa de se ver e praticamente impossível de não rir e torcer.
O modo como Malu conseguia refletir a cada instante um humor, desde os dias mais naturais até a TPM, afundando em relacionamentos curtos na busca pelo príncipe encantado na esquina até com carrinho de pipoca, torna uma personagem que muitos julgariam "trouxa", porém esperançosa apesar dos pesares.
E quando menos esperava, vinha a vida e a dava mais uma chacoalhada.
Malu sente-se carente depois de tantas falhas amorosas e procura sempre o problema sempre no próprio reflexo. Isso não significa que tenha baixa autoestima, contudo sua autoconfiança é tão inconstante quanto ela.
O jeito como ela fixava algo e depois se desfazia com medo de estar errando é exemplo nato disso e acontece repetidas vezes. Quando fazia algo "sem medo de errar", ficava bem mal depois.

"Uma simples noite de diversão vira romance, e quando o romance pega fogo, sempre tem algo para apagá-lo. Tudo acaba e vira cinza e só com o tempo para limpar e organizar tudo. E depois vem tudo de novo, parece reciclar. Nada vem para ficar."

Talvez mais complicado ainda seja de identificar de vez em quando com essa confusão que é sua vida, mas acontece e muito. Pelo menos, comigo foi assim quanto a indecisão constante.
Malu é um verdadeiro paradoxo. Mistério que vale a pena se aventurar.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

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