domingo, 26 de dezembro de 2021

Resenha: Funfact: Eu continuo me apaixonando, de Manu Negromonte

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Olá, galera!

O ano está acabando e passo aqui para desejar muitas alegrias, saúde e conquistas para 2022 que está para chegar.

Claro que não poderia deixar de trazer também uma dica de leitura bem rapidinha para desfrutar no meio da correria de fim de ano.


📚 Funfact: Eu continuo me apaixonando
Autora: Manu Negromonte
Páginas: 56

"Ver homem apanhar é sempre reconfortante, a não ser que eu seja o homem."


Resenha:


Um conto rápido para dar uma animada.
Marcus é um burguês moderno aos moldes de quem tem pavor de ônibus e só anda de Uber para todo lado. Até que, como castigo, sua mãe tira a mordomia.
Para ir a um encontro com os amigos do Ensino Médio, resta a ele enfrentar o busão. E é nesse ambiente tão "incomum" que Marcus encontra um crush bonito e aparentemente mal humorado que o acompanhará por além do ponto final.


"Sua mãe não te ensinou a não falar com estranhos e desconhecidos? A minha ensinou e, no caso, você é ambas as coisas."


Narrado em primeira pessoa e com uma escrita bastante fluida, Funfact é uma boa pedida para o leitor que quer sair de uma ressaca literária, está bastante tempo sem ler nada ou simplesmente procura algo legal e está sem vontade nenhuma de colocar mil neurônios para funcionar tentando criar teorias.
A autora inicia e finaliza de modo simples, ágil e encantador. Temos alguns trechos que valem a pena ser marcados, amizades legais de acompanhar por não se desfazerem com a rotina agitada da faculdade, um romancinho ao estilo friends love e confirma que "verdade e consequência" é um jogo capaz de causar maior climão.


Nota (4/5): 🌟🌟🌟🌟

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Resenha: O baú do zumbi gelado, de Rafael Weschenfelder

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Oi, leitores!

Como estão? Espero que estejam bem e com saúde, principalmente, física e mental.

Trago mais uma dica de leitura para acompanhar seu fim de ano ou começo do próximo.


📚 O baú do zumbi gelado

Autor: Rafael Weschenfelder

Páginas: 67


"O mundo te deu as costas. Nada mais justo que dar as costas para o mundo."


Resenha:


Um conto gamer que parece bobo e despretensioso pela sinopse, porém traz algo mais profundo.

Hugo trabalha num brechó pouco movimentado, sabe a história de cada peça a venda e passa seu tempo entre atender os poucos clientes e jogar Zumbizeira. 
Sua rotina monótona é abalada quando Estela aparece em sua loja e pede ajuda para salvar seu namorado, cuja consciência teria sido transferida para dentro do jogo e se encontra em coma no mundo real.


"[...] O conceito de conjunto vazio: 'É quando uma equação não tem solução'. Não fez sentido na minha cabeça. Por que alguém se daria ao trabalho de criar perguntas sem resposta, labirintos sem saída? Mas minha namorada prodígio trazia a réplica na ponta da língua: 'Às vezes é o universo que cria e ele não está nem aí para a gente'."


Pode parecer um enredo bem viajado (e é, em parte), contudo está mais para um pedido de socorro. Esse foi o pensamento que ficou na minha mente assim que finalizei a leitura.
Meu primeiro contato com a escrita do Rafael e gostei. Ele conseguiu criar todo ambiente de Zumbizeira e isso é legal.
O livro traz uma capa bem bonita e chamativa que me fez dar uma chance mesmo sem gostar de zumbis, afinal se trata apenas de um jogo, certo? Teorias da conspiração e blablabla.
Entretanto, foi algo além. Vi resenhas elogiando e outras dizendo que a trama desanda perto do fim, que fica meio confusa.
O autor traz um enredo que parece bem descontraído, todavia monta um multiverso no qual deve estar bem atento para conectar tudo e não se perder no plot. Além disso, aborda, de modo geek, diversos assuntos bastante reais e sérios, tais como uma "releitura" do suicídio, fake news, mídia, a cultura do cancelamento, a toxicidade e perigos das redes sociais, incluindo o universo dos youtubers.
Como o plot foi eficaz, o desfecho também passou longe do que cogitei. Entendo que um "final feliz", com tudo sendo esclarecido e resolvido, seria utópico, visto que há coisas que marcam as pessoas pela vida toda. No entanto, também não esperava o que aconteceu. Em suma, não se trata de um final ruim, tampouco feliz. Sendo assim, repito: está mais para um pedido de socorro.


Nota (3/5): 🌟🌟🌟

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Resenha: Desculpe, esqueci o paraquedas, de Kalliny Moura

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Oi, pessoal!

Como estão? Espero que muito bem.

2021 está chegando ao fim e não foi um ano nada fácil. Sendo assim, trago hoje a resenha de um livro bem gostosinho de ler, mas também faz pensar.


Autora: Kalliny Moura
Páginas: 348

"O tempo, aquele que dizem curar, foi o mesmo que matou e destruiu nós dois."

Resenha:

Um livro que te seduz, envolve e faz se sentir um tanto abandonada quando acaba.
Sabe aquela história que você quer chegar ao fim e, simultaneamente, não deseja terminar? É isso!

"Ninguém fica perturbado à toa, tem todo um histórico familiar por trás."

Chélia tem 21 anos e o sonho de cursar Gastronomia e se especializar em confeitaria. Contudo, a pressão do pai para que faça Medicina é enorme. Além disso, os parentes tóxicos só minam sua saúde mental. Por mais que a mãe a apoie, há momentos em que ela também acaba sendo omissa quanto às investidas do marido.
Até que, certo dia, Chélia chuta o pau da barraca e sai de casa, abandonando o conforto para se refugiar no lar bastante modesto de sua amiga, Isabelle. 
Óbvio que as coisas não serão fáceis, pois agora ela precisará crescer como pessoa, todavia seu maior desafio, antes de mais nada, será ela mesma. 
Estamos falando de uma personagem imperfeita. Ansiosa, depressiva e tem a capacidade de se autosabotar. Ela vai ao psiquiatra, faz acompanhamento com o psicólogo e uso de psicotrópicos. Sofre com a reclusão imposta pelo seu pai, que projeta nela seus sonhos frustrados. Sem contar nas comparações depreciativas que só minam sua autoestima.
Chélia enfrentará ainda reencontros que abalarão suas estruturas (e as do leitor), consequências de antigas atitudes – ou da falta delas. 
Este é o segundo romance da Kalliny Moura e estava animada para ler. Tive uma experiência bem legal com Eduarda, minha xará, em "Miga, querem roubar meu crush", que faz, aliás, uma aparição honrosa neste livro.
Admito que não esperava me identificar tanto com Chélia. É uma personagem bastante necessária. Tiveram momentos que eu parava de ler, respirava e queria poder levá-la para tomar um sorvete, conversar sobre a vida e dizer que a entendia. Imagino que muitos leitores poderão sentir-se representados em meio a montanha-russa emocional dela e os dramas da juventude com grandes cobranças.
Algo que me agradou muito foi o cuidado que a autora teve ao trazer assuntos mais sérios, porém sem perder o bom humor na escrita nem fazer pouco caso. Vi bastante incentivo a ideia de procurar ajuda e de que não é preciso passar por momentos assim sozinhos.
A dependência emocional também é um assunto introduzido, o qual estou bem curiosa para saber como Kalliny irá proceder. Torço para que o comodismo e a carência sejam elucidados e diferenciados de amor, e que não haja qualquer romantização da cura através de um relacionamento amoroso, pois esses são erros que vejo serem repetidamente cometidos por diversos autores. 
O enredo se desenvolve com fluidez e cativa o leitor. Kalliny tem um jeitinho de escrever que torna a leitura uma agradável conversa. Traz amizade, romance e superação. Faz suspirar, rir, sofrer, querer estapear o personagens e provoca indecisão, sem contar a curiosidade para saber o que virá depois. 
Nesse quesito, contamos com uma surpresa. Conforme avançava, eu queria saber como a autora finalizaria a trama, quando as coisas se acertariam e faltavam páginas para tudo. Na última, fui surpresada com um "por enquanto". Não fiquei decepcionada, mas pensando em quando poderei saber o que vai acontecer com estes personagens.

Nota (4,5/5): 🌟🌟🌟🌟💫

📖 O livro também encontra-se disponível em ebook no site da Amazon.