quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Resenha: O baú do zumbi gelado, de Rafael Weschenfelder

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Oi, leitores!

Como estão? Espero que estejam bem e com saúde, principalmente, física e mental.

Trago mais uma dica de leitura para acompanhar seu fim de ano ou começo do próximo.


📚 O baú do zumbi gelado

Autor: Rafael Weschenfelder

Páginas: 67


"O mundo te deu as costas. Nada mais justo que dar as costas para o mundo."


Resenha:


Um conto gamer que parece bobo e despretensioso pela sinopse, porém traz algo mais profundo.

Hugo trabalha num brechó pouco movimentado, sabe a história de cada peça a venda e passa seu tempo entre atender os poucos clientes e jogar Zumbizeira. 
Sua rotina monótona é abalada quando Estela aparece em sua loja e pede ajuda para salvar seu namorado, cuja consciência teria sido transferida para dentro do jogo e se encontra em coma no mundo real.


"[...] O conceito de conjunto vazio: 'É quando uma equação não tem solução'. Não fez sentido na minha cabeça. Por que alguém se daria ao trabalho de criar perguntas sem resposta, labirintos sem saída? Mas minha namorada prodígio trazia a réplica na ponta da língua: 'Às vezes é o universo que cria e ele não está nem aí para a gente'."


Pode parecer um enredo bem viajado (e é, em parte), contudo está mais para um pedido de socorro. Esse foi o pensamento que ficou na minha mente assim que finalizei a leitura.
Meu primeiro contato com a escrita do Rafael e gostei. Ele conseguiu criar todo ambiente de Zumbizeira e isso é legal.
O livro traz uma capa bem bonita e chamativa que me fez dar uma chance mesmo sem gostar de zumbis, afinal se trata apenas de um jogo, certo? Teorias da conspiração e blablabla.
Entretanto, foi algo além. Vi resenhas elogiando e outras dizendo que a trama desanda perto do fim, que fica meio confusa.
O autor traz um enredo que parece bem descontraído, todavia monta um multiverso no qual deve estar bem atento para conectar tudo e não se perder no plot. Além disso, aborda, de modo geek, diversos assuntos bastante reais e sérios, tais como uma "releitura" do suicídio, fake news, mídia, a cultura do cancelamento, a toxicidade e perigos das redes sociais, incluindo o universo dos youtubers.
Como o plot foi eficaz, o desfecho também passou longe do que cogitei. Entendo que um "final feliz", com tudo sendo esclarecido e resolvido, seria utópico, visto que há coisas que marcam as pessoas pela vida toda. No entanto, também não esperava o que aconteceu. Em suma, não se trata de um final ruim, tampouco feliz. Sendo assim, repito: está mais para um pedido de socorro.


Nota (3/5): 🌟🌟🌟

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