terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Resenha: Desculpe, esqueci o paraquedas, de Kalliny Moura

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Oi, pessoal!

Como estão? Espero que muito bem.

2021 está chegando ao fim e não foi um ano nada fácil. Sendo assim, trago hoje a resenha de um livro bem gostosinho de ler, mas também faz pensar.


Autora: Kalliny Moura
Páginas: 348

"O tempo, aquele que dizem curar, foi o mesmo que matou e destruiu nós dois."

Resenha:

Um livro que te seduz, envolve e faz se sentir um tanto abandonada quando acaba.
Sabe aquela história que você quer chegar ao fim e, simultaneamente, não deseja terminar? É isso!

"Ninguém fica perturbado à toa, tem todo um histórico familiar por trás."

Chélia tem 21 anos e o sonho de cursar Gastronomia e se especializar em confeitaria. Contudo, a pressão do pai para que faça Medicina é enorme. Além disso, os parentes tóxicos só minam sua saúde mental. Por mais que a mãe a apoie, há momentos em que ela também acaba sendo omissa quanto às investidas do marido.
Até que, certo dia, Chélia chuta o pau da barraca e sai de casa, abandonando o conforto para se refugiar no lar bastante modesto de sua amiga, Isabelle. 
Óbvio que as coisas não serão fáceis, pois agora ela precisará crescer como pessoa, todavia seu maior desafio, antes de mais nada, será ela mesma. 
Estamos falando de uma personagem imperfeita. Ansiosa, depressiva e tem a capacidade de se autosabotar. Ela vai ao psiquiatra, faz acompanhamento com o psicólogo e uso de psicotrópicos. Sofre com a reclusão imposta pelo seu pai, que projeta nela seus sonhos frustrados. Sem contar nas comparações depreciativas que só minam sua autoestima.
Chélia enfrentará ainda reencontros que abalarão suas estruturas (e as do leitor), consequências de antigas atitudes – ou da falta delas. 
Este é o segundo romance da Kalliny Moura e estava animada para ler. Tive uma experiência bem legal com Eduarda, minha xará, em "Miga, querem roubar meu crush", que faz, aliás, uma aparição honrosa neste livro.
Admito que não esperava me identificar tanto com Chélia. É uma personagem bastante necessária. Tiveram momentos que eu parava de ler, respirava e queria poder levá-la para tomar um sorvete, conversar sobre a vida e dizer que a entendia. Imagino que muitos leitores poderão sentir-se representados em meio a montanha-russa emocional dela e os dramas da juventude com grandes cobranças.
Algo que me agradou muito foi o cuidado que a autora teve ao trazer assuntos mais sérios, porém sem perder o bom humor na escrita nem fazer pouco caso. Vi bastante incentivo a ideia de procurar ajuda e de que não é preciso passar por momentos assim sozinhos.
A dependência emocional também é um assunto introduzido, o qual estou bem curiosa para saber como Kalliny irá proceder. Torço para que o comodismo e a carência sejam elucidados e diferenciados de amor, e que não haja qualquer romantização da cura através de um relacionamento amoroso, pois esses são erros que vejo serem repetidamente cometidos por diversos autores. 
O enredo se desenvolve com fluidez e cativa o leitor. Kalliny tem um jeitinho de escrever que torna a leitura uma agradável conversa. Traz amizade, romance e superação. Faz suspirar, rir, sofrer, querer estapear o personagens e provoca indecisão, sem contar a curiosidade para saber o que virá depois. 
Nesse quesito, contamos com uma surpresa. Conforme avançava, eu queria saber como a autora finalizaria a trama, quando as coisas se acertariam e faltavam páginas para tudo. Na última, fui surpresada com um "por enquanto". Não fiquei decepcionada, mas pensando em quando poderei saber o que vai acontecer com estes personagens.

Nota (4,5/5): 🌟🌟🌟🌟💫

📖 O livro também encontra-se disponível em ebook no site da Amazon.


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