sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Resenha: Ira, da Juliana Bizatto

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Hello, pessoal!
Trago mais uma resenha e se liguei, porque o livro chegou com tudo. Uma série que me ganhou e já estou ansiosa pela sequência.


Autora: Juliana Bizatto
Páginas: 276

"Eu era fogo. E eu ia arder meus inimigos."

Resenha:

Um livro muito bem escrito, cheio de reviravoltas, quotes inspiradores e um final bastante curioso e intenso.
É impossível negar que a Ju mantém seu estilo detalhado justamente para nos levar direto a Tormento e nos coloca em toda atmosfera que é a vida das Hoffer - as rainhas da cidade (sem exagero). Melhor ainda é como a autora passa críticas em meio a obra que se trata de um romance com pitada de fantasia e mistério, o que eu particularmente gosto bastante. Houve amadurecimento dos personagens e sua apresentação, do enredo, da escrita da autora que me causou bastante ansiedade, o que é ótimo para alguém que estava empacada em leituras.
O tema principal, sem sombra de dúvidas, é família. As Hoffer são muito unidas e têm seus costumes e segredos - no caso, a herança bruxa.
Entretanto, grandes poderes trazem perigo e depois do final que acabou com Samantha em "Apocalipse", ela vem numa postura totalmente diferente, mostrando realmente que o título faz jus a obra. Entretanto não estamos falando de ira somente, mas também dor e medo, que na tentativa de serem disfarçados podem ser convertidos em algo destrutivo para si e quem estiver ao redor.

📍"Eu me escondia bem, mas agora eu nunca mais iria me esconder."

Estamos falando de uma personagem mais empoderada e capaz de te dar raiva em certos momentos, porque é um oposto da Sam quietinha e boazinha dos livros 1 e 2. Agora temos realmente uma busca pelo poder sem se preocupar com os limites e isso causa bastante problemas. A "Bad Sam" pode ser bem cruel quando quer e isso acaba criando um muro cada vez maior entre ela e a família, o que parece intransponível quando rola uma grande revelação que, sinceramente, me fez querer sair batendo em todo mundo, todo mundo mesmo. Tamanha foi minha indignação que teve personagem entrando na minha lista negra e indo direto para o topo.
Por outro lado temos, pela primeira vez na série, a perspectiva de Mônica, prima e melhor amiga de Sam que está disposta a resgatá-la de si a qualquer custo, sempre vivendo em seu mundinho cor-de-rosa. Ela é outra personagem que te faz amar e odiar, pois de tão doce, Mô é capaz de te dar diabetes de vez em quando. Uma romântica incorrigível.
Ao desenrolar do livro, tive a oportunidade de ir conversando com a autora e... Nossa! Como isso é bom! Gosto demais da atenção que a Ju dá aos leitores e sua enorme paciência para as teorias e surtos, sempre se policiando para não soltar spoiler (confesso que em alguns momentos quis alguns sim). Agradeço muito por isso, porque nem todos autores têm essa vontade de saber o que o leitor pensar e aceitar as críticas, seja pela fala de um personagem que soou estranha ou um erro de digitação bobo.
Nesse livro apareceu inclusive um novo personagem que, mesmo no final, já está se mostrando um amorzinho e talvez vire meu xodó como o Tui (um surfista super gente boa, amigo de Sam). Tenho um costume de me apaixonar por secundários e a Ju parece saber disso, porque os cria na medida certa.
Acredito que outra excelente demonstração da história é de como os momentos ruins podem se estender, que há maldade dentro de cada um e a pessoa decide se liberta ou não, às vezes podendo depender de um empurrãozinho. Ressalta também a ideia de que ninguém é perfeito, seja num mundo com ou sem magia, as pessoas erram e voltar a confiar pode ser um processo doloroso e lento.
A série Herança de Sombras trabalha muitos valores e Tormento é uma cidade cheia de história para contar e a cada etapa vemos um ramo novo de descobertas. Quem começa "Luxúria" pode demorar a se acostumar, mas acredite, é só o começo. Conforme as coisas vão evoluindo e o leitor se liga com todo cenário, sabe o que realmente acontece, os detalhes que antes pareciam ridículos e desnecessários se fazem valiosos, a ponto de você começar a criar as teorias e relacionar seus aparecimentos, para que servem e assim segue.
Talvez por ser o terceiro livro ou trazer muita informação (todas com sentido e sem ficar corrido), é complicado se policiar sem soltar spoilers. Acredito ter conseguido, porque demoraria 84 anos se fosse explicar todas a referências. É o tipo de livro que precisa ler com atenção e se permitir jogar na trama, assim qualquer referência pequena já parece muito maior porque, sim, nada acontece por acaso quando o assunto é Herança.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Resenha: Apocalipse, de Juliana Bizatto

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Olá, pessoal!
Passando aqui para deixar a dica da sequência do livro comentado anteriormente. Afinal, nada que é bom se deve deixar pela metade, certo?


Autora: Juliana Bizatto
Páginas: 461

"Meu mundo tinha sido destruído duas vezes num intervalo de um mês, um apocalipse dentro do outro e o pior é que este era apenas o princípio do fim."

Resenha:

O livro retoma exatamente a mesma noite em chamas que finalizou "Luxúria", trazendo dessa vez uma grande reviravolta para todos os personagens.
Sam é apresentada a uma realidade com a qual não será nada fácil se acostumar. De repente, as Hoffer eram Björin, uma antiga linhagem de bruxas que tinha feito acordo para se manter viva durante a Inquisição, e seu namorado, justamente um caçador disposto a matá-la.
Não que todo o romance vivido pelos dois tenha sido esquecido, contudo há outros problemas que não podem ser levados a partir de sentimentos bobos e corruptos. Eliminar bruxas foi sua grande missão durante a vida, porém, após descobrir sobre sua linhagem e que as Hoffer/Björin estavam protegidas por um antigo acordo, Benjamin precisa ter coragem não só para encarar Sam, que o odeia enormemente, como também para revogar todo e qualquer sentimento.
Por motivos ainda desconhecidos, os poderes de Samantha foram desbloqueados e crescem a cada dia mais. Janelas quebram, livros são arremessados, tempestades mudam de acordo com seu humor. O tubarão, seu mais novo-velho amigo, faz questão de mudar suas táticas a cada sonho e devorá-la sem dó.

"Todo mundo torce por um potinho de luz na escuridão."

Entretanto, os indícios de bruxaria em Tormento também não foram deixados de lado. Sem um culpado sendo descoberto, a rotina de Samantha e os caçadores fica cada vez mais atrelada e lidar com os sentimentos que nutri por cada um deles após ser traída é uma batalha interna na qual sempre sai sangrando e chorando.
Mesmo protegida pelos caçadores, há alguém disposto a matá-la. A sede por poder nunca foi tão grande por aquele liberto recentemente e agora todo lugar representa perigo, assim como as pessoas são suspeitas.
Quem estará verdadeiramente disposto a lidar com tamanho apocalipse em sua vida?
Novamente, a autora traz uma história envolvente, regionalista, com críticas disfarçadas e cheia de detalhes fascinantes, contudo numa realidade totalmente diferente da primeira. As personagens antes com tamanha razão para tudo começam a duvidar de suas vidas e, até mesmo o companheirismo eterno entre as Hoffer, acaba sendo abalado.
Bem escrito e revelador, em Apocalipse pode-se acompanhar um destino nada fácil de uma jovem em crise consigo mesma, com ideias pipocando na cabeça a todo instante enquanto se vê pela primeira vez traída na vida, que por acaso está de pernas para o ar.
É possível notar a ingenuidade com a qual Samantha convivia sempre em sua bolha de festas, família, garotos e surf se desfazer com um raio, vindo não somente para estourá-la como para anunciar uma enorme tempestade e que o mar talvez as ondas estejam ainda maiores do que ela possa enfrentar.
Há o aparecimento de outros personagens que chegam com a ideia de ajudar, os quais movimentam bastante a narrativa, sendo eles Hilária, nova professora de bruxaria de Samantha, e seus dois filhos, Rica, que se envolve com Mô, e Caio, um rapaz persistente a conquistar Sam. Isso e a revelação do significados os símbolos que estampam a cada de cada livro.
Entretanto nem toda companhia parecerá surtir efeito para os grandes incêndios que marcam essa temporada da vida da protagonista, não somente de forma literal como interna, na qual Sam precisa se concentrar e conseguir lidar com a raiva que se tornou força motriz de todos seus poderes e ainda tentar renascer das cinzas as quais todos seus sonhos foram reduzidos.
Em meio a uma enorme crise, fica complicado inclusive decidir em qual lado ficar, pois ambos têm seus acertos e erros. Samantha foi traída. Mantém-se irredutível quanto a uma possibilidade de perdão após ter sido magoada dessa maneira. Benjamin também teve seus motivos para chegar até ali. Logo o leitor é apresentando a um cabo de guerra entre os sentimentos e a razão com corda prestes a se romper por tamanha força usada e na qual os dois jogadores sairão machucados. Na verdade, três, se por acaso o leitor sentir-se sugado pelo casal, o que não é improvável de acontecer, pois os inúmeros segredos da história já despertam curiosidade e as teorias conspiratórias aumentam a cada livro.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Resenha: Luxúria, de Juliana Bizatto

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Olá, leitores!
Não podia deixar de trazer uma resenha incrível de uma série sensacional. Senta que lá vem história!


Autora: Juliana Bizatto
Páginas: 494

"Só tinha um problema: eu gosto de ondas grandes, que, quando quebram, não deixam pranchas ou pessoas inteiras".

Resenha:

Detalhado, bem escrito e humorado, trazendo um paralelo entre a modernidade e o romantismo, colocando em cheque as crises de um amor adolescente platônico que pode ser fatal.
A família Hoffer é composta por lindas dez mulheres. Loiras, de olhos claros, ricas, desejadas e um tanto mimadas, com uma família com regras que concedam liberdade sem hipocrisia. A união entre elas é um laço extremamente forte e defendido até mesmo com esquisitices, todavia, qual família não tem?!

"De uma forma ou de outra, a casa branca era a minha igreja e a minha família, minha religião".

Em meio a elas, encontramos a protagonista, Samantha, uma jovem um tanto diferente das demais Hoffer, igualmente linda, porém trazendo como inéditos os olhos negros e um amor impressionante pelo mar, surfista talentosa.
Tormento é uma cidade pequena do litoral sul do Brasil, de belas praias, clima e mar inconstantes, onde as loiras são quase rainhas. Qualquer coisa que envolva seu sobrenome é o suficiente para paralisar e prender a atenção de todos.
Como em todas as cidades pacatas, mudanças são rapidamente notadas e, ao sair da ilha numa típica ida a escola, Sam se depara com os olhos verdes mais impressionantes que já viu na vida.
Benjamin é um rapaz lindo, capaz de enlouquecer inúmeras garotas. Desde o primeiro olhar, consegue mexer com Sam sendo capaz de causar borboletas que ela nunca sentiu, nem mesmo no início de seu namoro com Martin, o qual perpertua desde a infância.
Fadada a uma vida sem aventuras, a jovem era representante do romance perfeito, porém sem sentimentos que fossem além da amizade. A chegada do forasteiro modifica algo em Samantha fazendo-a notar que seu namoro com Martin estava por um fio, contudo o comodismo e a mudança a deixavam com medo.
Enquanto isso, Benjamin não a deixa em paz, sempre provocando e questionando, aproximando-se cada vez mais da vida de Sam e fazendo suas estrelinhas desastradas ainda mais confusas com borboletas dançarinas que não param nunca em sua barriga.
Personagens que variam do amor ao ódio (e alguns que só provocam ódio mesmo), repleta de festas, além de ser possível fazer comparações interessantes com outras obras, revelando uma pitada de Fallen, Mentirosos e, até mesmo, Saramandaia para quem conseguir captar referências, representando o nome do livro pela ânsia da autodescoberta, do desejo e de um passado, presente e futuro desconhecidos e incertos com as novidades.
Com uma construção contempotânea de romance, com surpresas e incertezas, revelando a fantasia em pequenos sinais e um senhor epílogo que te faz criar mil e umas teorias, além de aumentar a ansiedade pelo segundo livro da série, a autora consegue construir uma história animada e instigante, unindo diversas questões sociais em meio aos dramas adolescentes, como a importância da família e os problemas dentro dela, segredos, política (mesmo que não tenha foco nisso), violência, poder aquisitivo e a concepção de maturidade com idade.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Resenha: Megan & Ethan, de Evilane Oliveira

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Olá, leitores!
Nada melhor que uma boa leitura para animar e é justamente por isso que venho deixar uma dica incrível de leitura. Acreditem, vale a pena!


Título: Megan & Ethan
Autora: Evilane Oliveira
Páginas: 71

"Quero ganhar essa guerra que há dentro de você."

Resenha:

Uma história que não decepciona! Tive primeiro contato com a escrita da autora por "A jogada perfeita" e gostei demais da premissa da história. Agora, na onda dos contos, não podia deixar de conferir mais uma das histórias que essa série nos traz.

"Suja. É assim que me sinto todas as noites, quando o passado entra em meus sonhos."

Megan e Ethan se encontram numa situação não muito boa. Ela está fugindo, de si, do seu passado que a atormenta, principalmente quando ele insiste em retornar. Pior? Seu pesadelo foi criado justamente por quem devia protegê-la.
O sentimento de querer afastá-la do mal invade Ethan à primeira vista. Algo que ele nunca tinha sentido antes e estava doido para experimentar a sensação, mesmo sabendo que havia uma dor insistente nela. Ele queria livrá-la disso para sempre.

"Não é um beijo carnal, nada de desejo ou sexo. Apenas um carinho, um toque íntimo que alcança meu coração."

A história é curta, mas tem tudo que um bom livro precisa. Conta com início, meio e fim bem separados. O envolvimento entre Megan e Ethan é rápido, porém bastante literário, onde um procura abrigo no coração do outro. A narrativa alterna entre os protagonistas e isso torna tudo bem mais flexível. Acho uma tática muito boa. Evita que fique algo maçante.
Traz ainda problemas sociais que por mais batidos sejam, ainda merecem atenção porque são recorrentes. É a segunda leitura que faço da autora e novamente ela pega um tema desses. Amo demais isso. Antes, preconceito homossexual, agora violência contra a mulher e a visão dela como mercadoria.
Gostei demais da história. Li antes dos outros livros, então peguei alguns spoilers, mas nada que seja destruidor. O modo como a Megan estava disposta a confiar novamente e de Ethan a cuidar foi lindo, mas acima de tudo eu gostei de uma cena específica na qual ela ouviu sua dor e sabia que não estava pronta para algo, então não se forçou a isso, afinal a pessoa em especial não merecia. Quem ler, vai entender bem o que digo.

Nota (4,5/5): 🌟🌟🌟🌟

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Resenha: O que pra mim é errado, de Aline Sales

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Olá, leitores!
Como têm passado? Trago aqui mais uma resenha e, dessa vez, estou falando de um conto super bacana na Amazon e tratando tabu.


Autora: Aline Sales
Páginas: 27

"Entendi que não era uma questão de certo ou errado, mas sim uma questão de amor."

Resenha:

Conto rápido, bem escrito e que trabalha um tabu social gigante: homofobia.
Como a própria autora traz nas notas finais, no Brasil, esse tipo de violência é exorbitante e inaceitável assim como qualquer outro. A orientação sexual de alguém não o torna menos humano que qualquer outro assim como ser hétero não prova caráter, aquilo que realmente deveria ser valorizado atualmente.
Na história conhecemos Lara, uma garota ligada bastante a religião e conceitos impostos do certo e errado da mãe. Ela acredita ser a detentora da verdade e quem não tem preconceito seria "conivente com o pecado".
Convenhamos que esse pensamento é super velho, não é? Todos somos iguais perante a lei e deveríamos nos respeitar. Essa é a mensagem passada pela autora e acompanhamos Lara numa viagem que a fará testar suas afirmações.
Enquanto lia, conversava com a autora e até achei que o final fosse ser outro (ia ser um tremeeeendo tiro no pé da Lara, não nego), contudo isso não me desanimou. Pensa: o que mais queremos é viver nossas vidas sem ter que aguentar o julgamento dos outros por sermos quem somos, certo? Mensagem passada com sucesso!
Gostei bastante da temática trabalhada pela autora. Foi uma abordagem simples, sem muito blablablá e com escrita direta.
Aline menciona a religião como exemplo de estímulo para tal intolerância, porém não de maneira ofensiva, já adianto. Acredito ainda que há uma lição extra nisso, afinal vemos muita gente falando que isso, aquilo e mais não sei o que é pecado, mas julgar te torna tão "sujo" quanto qualquer um. Se as pessoas se ligassem mais nisso, talvez tivessem mais empatia e amor ao próximo.

Nota (4,5/5): 🌟🌟🌟🌟

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Resenha: Os últimos dias, de Bela Dias

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Olá, leitores!
Tudo bem? Trago aqui a resenha de um livro curto, mas super amorzinho. Melhor de tudo: ele não é caro e pode ser lido todo no mesmo dia.


Título: Os últimos dias
Autora: Bela dias
Páginas: 128

"Todos querem saber o que essa rosa tem de tão especial. Por que ela tem essa coloração tão intensa e esse brilho incomparável? Poucos sabem que ela passou por fortes tempestades e secas trágicas até aprender a viver dessa forma."

Resenha:

Um livro extremamente amorzinho. Uma leitura rápida que, apesar de falar sobre morte, traz uma onda de vitalidade sem igual.
Impossível ficar triste quando Gabriel, nosso Pequeno Príncipe, entra em cena com seus olhos azuis mais lindos que qualquer mar na Terra e alegria infantil. Isso é capaz até mesmo fazer Raquel esquecer dos pensamentos pessimistas que a rondam constantemente. Ela aprende a amar e ser amada exatamente como é e está. Sendo uma leitora compulsiva e, infelizmente, dignosticada com leucemia.
Esse é o ponto em comum entre os dois grandes personagens do livro e permite que se criam outros como o desejo de observar os recém nascidos e assistir desenhos como "Hora de aventura".
O que mais me encantou no livro talvez tenha sido a delicadeza da autora em usar referências sem iguais durante a narrativa e, mais ainda, eu entender todas elas. Quem nunca leu "O Pequeno Príncipe" provavelmente ficaria um tanto perdido ao falar sobre sua relação com a rosa, assim como quem não tem sensibilidade ficaria flutuante quanto ao significado do poema "Retrato", da Cecília Meireles. Melhores escolhas, sem sombra de dúvidas.
Fiquei fascinada a cada página lida. Terminei o livro dentro de uma hora e suspirei a cada abraço e risada dada, a cada reflexão feita, a cada sensação descrita, desde as mais intensas as brandas, afinal, como a própria Raquel diz, é esse turbilhão de emoções que nos torna vivos.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Resenha: Fetiches, de Carol Paim

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Olá, leitores!
Hoje estou trazendo uma resenha de conto erótico bem ágil disponível em formato ebook na Amazon.


Autora: Carol Paim
Páginas: 16

"Assim teria uma vista magnífica da nuca, além de acesso às laterais do pescoço para que pudesse beijar, chupar, morder, coisas que o faziam delirar."

Resenha:

Um conto que promete de início ao fim extrema intensidade e cumpre.
Nossa! Eu realmente fiquei surpresa, não nego. A autora não ficou de enrolação. Só foi com toda excitação do momento assim como os personagens.
Lucas é um homem que tem fetiche especial por pescoços. Adora ver moças com rabos de cavalo, ainda mais suadas e com cabelos colados, deixando-o com cada vez mais desejo.
Num site da internet acaba conhecendo Liz, uma mulher que tinha nuca admirável. Para sua sorte, ela também se revelou uma mulher linda ao primeiro encontro e bastante fogosa.
O título do conto já adianta tudo, então nem tenho muito ao que acrescentar.
A narrativa é detalhada do jeito certo para mexer com a mente das leitoras. Lucas é um homem dominador, ousado e abusado. Liz está em busca de prazer e se permite entregar e gozar como nunca. Ambos acabam se surpreendendo com a disposição.
Nenhuma cobrança. Somente a ideia de saciar os desejos da carne que se revelam cada vez mais latentes.
Foi o primeiro contato que tive com a obra da autora e não nego que ela sabe dominar atenção do leitor enquanto narra e não se atém ao modo delicado. Pelo contrário, busca na identidade libertina dos personagens a chance de tornar a experiência memorável para cada um deles a ponto de chegar a exaustão.
Com certeza um conto +18, mas acima de tudo para quem tem maturidade em ler e reconhecer os fetiches de cada um com determinado respeito, afinal gostos são individuais, e que saiba aproveitar bastante o que o gênero literário tem a oferecer.

Nota (4/5): 🌟🌟🌟🌟

domingo, 22 de julho de 2018

Resenha: livro melancia

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Olá, sei que sumir por muuuuuito tempo, mas agora  estou de volta !!!!

Esse livro eu ganhei de presente de aniversario, e nunca nem tinha ouvido falar nele, mas quando eu comecei a ler fiquei encantada com a história.

Autora: Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
N° de paginas: 490





Tudo começa quando Claire acaba de dar a luz a sua primeira filha, tudo parece ser só felicidade pra ela, mas não é assim já que o seu marido a troca por outra e ainda tenta jogar a culpa do divorcio/traição em cima dela.

 A única coisa que Claire faz é sair de casa com a sua filha recém-nascida e vai morar com os pais e sua irmã mais nova.

 Ela entra em depressão e só tem vontade de beber e cuida mais ou menos da sua filha, ela e sua família não são tantos normais (louquinhos).

 Até que ela conhece Adam a atual paixonite da sua irmãzinha e com a ajuda dele ela tenta fazer com que a vida volte ao normal.




Esse livro tem uma leitura bem gostosa e quando você menos esperar ele já vai ter terminado.
 



sábado, 21 de julho de 2018

Resenha: O estranho, de Jossi Borges

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Olá, leitores!
Voltando aqui para trazer mais uma resenha linda, dessa vez de um conto disponível para leitura na Amazon e por preço bem em conta.



Título: O estranho
Autora: Jossi Borges
Páginas: 26

"Talvez porque houvesse um glamour misterioso na vida dela, assim como na vida das grandes beldades do cinema."

Resenha:

Um conto real e bem escrito.
Leila quem narra a história da amiga, Keila, uma mulher linda e cheia de si que nunca parecia se interessar por homem algum de verdade. Todos não passavam de uma aventura até conhecer Rodrigo Ramon.
Ao contrário dos partidos com os quais estava acostumada a sair, ele não era igualmente belo ou repleto de atrativos. Ninguém diria que ambos se interessariam um pelo outro. Entretanto, o romance surgiu devido a insistência dele e Keila enfim se sentiu nas nuvens.

"O amor realmente existe e pode nos pegar tão desprevinidos quanto qualquer gripe e virose... e é fatal!"

O problema surgiu após o casamento. O grande ciúme. Rodrigo começou a mudar. A noite se mantinha o mesmo amante apaixonado. Durante o dia, restringia tudo o que Keila fazia até dominar toda sua rotina, controlador, e caso ela desobedesse, uma chuva de insultos a fazia desmoronar e pensar se ainda estava casada com o homem que amava ou se o sentimento se perdera em meio a tanta insegurança.
O conto trouxe uma temática muito bacana que é o sentimento versus o machismo. Gostamos de ver aquele romance clichê de vez em quando, mas quando se torna um relacionamento abusivo, realmente fica insustentável. Pior é que sabemos sobre alguns casos a vítima realmente se culpar como se estivesse cometendo um crime, o que na maioria das vezes não é verdade.
Acho assuntos tabus assim super legais de se trabalhar e que necessitam um cuidado especial do autor, pois por mais que a gente não concorde com certas coisas, não podemos julgar tanto. Não somos fulano para saber como realmente se sente e cada um tem sua maneira diferente de lidar com os problemas.
Quando a vítima desculpa o agressor pode estar iludida demais com as emoções e o desespero de resolver o conflito que sequer pensa na possibilidade de voltar acontecer. Piora quando ocorre e as palavras vão perdendo o valor até serem só uma junção de letras.
Com certeza uma obra recomendada para quem curte eixos temáticos como esse. Existem muitos Rodrigos e Keilas por aí. Merecem essa atenção e uma lição.

Nota (4/5): 🌟🌟🌟🌟

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Resenha: Os perigos de madame Zenóbia, de Marcus Siani

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Olá, leitores!
Cá estou eu novamente, mas agora trazendo a resenha de um livro bastante diferente e divertido. 


Autor: Marcus Siani
Páginas: 193

"O temido desespero chegou devagar, tomando seu íntimo, destruindo a confiança tão duramente reconquista."

Resenha:

Apesar do quote parecer um tanto sombrio, esse é um livro que me surpreendeu justamente pelo bom humor.
Zenóbia é uma protagonista que chega cheia de diferenciais para o leitor, a qual o narrador - extremamente carismático - trata de nos apresentar e a suas inúmeras aventuras.
Primeiro, ela não é novinha. Nada disso! Acho que Zenóbia é a personagem (humana, claro) mais velha que já conheci em livros com seus setenta anos e uma personalidade forte e ousada, sem perder, claro, aquela empatia incrível.
Segundo, ela não é uma golpista ou vidente de araque. Inclusive, ela detesta esse termo "vidente" sendo possível rolar algumas palavras de baixo calão. Aliás, já falei que ela curte os rocks da pesada? Não?
Estamos falando de uma sensitiva muito capaz em ler as auras das pessoas e formada em magia por uma coleção de livros antigos sobre todos os tipos de crenças e a companhia de Zé, um ser místico e de passado desconhecido preso em sua bola de cristal que, de fato, tem as verdadeiras dicas sobre os futuros dos clientes que a visitam.
O livro tem uma escrita atual e divertida, além de muito bem discorrida, fazendo toda história parecer um enorme bate papo com o leitor. Temos uma personagem que em termos pode ser colocada como "gente como a gente".
Ok! Tudo bem que não é todo mundo que usa infinitos colares, aneis, argolas e roupas com estampas chamativas, contudo sempre tem aquela coleguinha que exagera no reboco da maquiagem, certo?
Voltando ao assunto, o livro traz as aventuras de uma sensitiva na pindaíba. Isso aí! Não está fácil para ninguém. Nossa heroína tem muitos dons, mas descobrir os números da Mega Sena não estão entre eles. Entretanto, nossa senhora faz qualquer um esquecer sua idade com tamanha bravura que enfrenta nos males do Rio de Janeiro.
Pois é! O autor conseguiu criar um paralelo perfeito da realidade com a fantasia bem na nossa terrinha chamada Brasil, mais especificamente no subúrbio carioca onde Zenóbia (não é Zulmira nem Zenaide, se errar ela fica uma fera) passa por seus maus bocados e realiza grandes feitos. Uma personagem malandra, divertida e bem intencionada, trabalhando a ideia de que todas religiões trazem fundamentos reais e aplicáveis no cotidiano, complementares.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Resenha: Eleanor&Park -Rainbow Rowell

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Sinopse:Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.

Enredo
Começamos com Eleanor chegando ao onibus, uma garota nova na escola, e, como sempre, há aqueles babacas, e Eleanor de cara sente dificuldades para achar um lugar, mas, no final, mesmo que incomodado, Park cede um lugar a ela.

E assim, eles passam a se sentar juntos todos os dias, Park incomodado ainda, talvez quisesse falar com ela, só não tinha coragem, até perceber que ela estava lendo as histórias em quadrinho junto a ele. O garoto então leva as histórias para ela, e, depois de um tempo, finalmente passa a falar com ela, mesmo que aos poucos.

Passam a compartilhar depois músicas também, com as gravações que ele faz a ela, e, logo depois, começam a se falar todos os dias, e algo se forma ali, começam a ficar ansiosos para verem um ao outro.

Mas, nem tudo para Eleanor é tão fácil, na escola, é perseguida pela famosa "popular valentona" da história e sua turma, com mensagens ruins no caderno, humilhações e outras coisas ruins. Em casa, tem que lidar com um tanto de miséria, um padrasto desprezível e tudo que acontece ali, que realmente não é um dos melhores lares.

Com o passar do livro, Eleanor e Park vão se aproximando, aprimorando a relação, e tentando passar por cima das coisas que aparecem.

Personagens
Uma coisa que eu observo e considero bastante em um livro é a maneira que os personagens são construídos, e gostei bastante do fato de que Rainbow me fez sentir que os personagens estavam aqui, isso deixa a leitura melhor.

Eleanor tem uma personalidade forte, não no sentido que ela é extremamente mandona, mas sim que ela suporta coisas horríveis, admite que está triste e, mesmo que sem esperanças, vi ela tentar seguir em frente, bastante dedicada.

Park é um menino normal, mas sinto que ele tenta ao máximo não desagradar as pessoas em sua volta, isso na verdade é bastante bonito, os gostos dele são parecidos com os meus também. E, outra coisa que observei, é que quando ele gosta de alguém, parece ir até o fim e fazer de tudo pela pessoa.

Richie é realmente um ser desprezível, daqueles que só de me imaginar convivendo fico em desespero. Como pode tanto ódio? Ele oprime muito as pessoas, faz com que elas se sintam bem, e vamos combinar que, o relacionamento entre ele e a mãe de Eleanor é abusivo, ele além de tudo é violento. Ela parece submersa a ele e a todo aquele ambiente tóxico, não sendo capaz de proteger nem a ela, nem aos filhos, daquilo tudo, vemos ali um misto de "cegueira" e medo também.

Os outros personagens em geral, não são tão intensos assim, mas tem sua amostra na história, junto aos seus altos e baixos, assim como todo mundo, gostei de como isso ( e a adolescência) foi retratado na história.

Minha opinião
Esse é um daqueles livros leves, mas que ao mesmo tempo nos deixam no chão, tristes com o final (de certa forma) e também surpreendidos pelo "peso" que aquela história trás. Realmente, quando terminamos, sentimos aquela sensação quentinha e acolhedora do amor, e, ao mesmo tempo, um certo desespero quando ele e se perde.

O final é bonito e triste, bonito no sentido que conseguimos sentir as emoções, mas não foi feliz para todo mundo, embora eu tenha ficado bem quanto ao final de alguns, que se libertaram de coisas. 

A escrita de Rainbow é encantadora, nos prende, passa aquela vibe da época que se passa e parece nos acolher, típica daqueles romances leves (e um tanto tristinhos), mas que maior parte das pessoas, inclusive eu, adoram.

Adoraria que houvesse uma continuação, saber o que acontece depois daquilo, eu realmente queria saber mais sobre como tudo iria ficar. No geral, uma ótima leitura, que me prendeu e também me envolveu, um dos melhores romances já lidos por mim.

Avaliação:⭐⭐⭐⭐⭐ (5/5)

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Resenha: Algum tempo depois, de Tainá BM

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Olá, leitores!
Trago aqui mais uma dica de leitura, dessa vez voltada para um conto bem bacana que está na Amazon. Boa leitura!


Autora: Tainá BM
Páginas: 15

"Era apenas um menino, de 29 anos, perdido, que só merecia ser feliz e eu sabia o quanto o peso daquelas palavras podiam o atingir."

Resenha:

Um conto curto, bem escrito e uma ótima leitura para quem deseja um romance fofo e rápido.
Jaene Moriá acabou de se formar na faculdade e arruma o primeiro emprego oficialmente.
Na casa de reabilitação "Raio de sol", ela acaba por encontrar uma antiga imagem de sucesso. Charles Collins, um cantor famoso, que após problemas, sumiu misteriosamente.
Agora ele será seu principal paciente e Jaene está disposta a dar seu melhor para ajudá-lo.
Essa foi oficialmente minha primeira leitura da autora e foi uma experiência muito boa. Tainá tem uma escrita bem gostosa e sabe estruturar bem uma história. Se o conto já trazia uma premissa boa, com certeza se fosse mais longo, não decepcionaria.
Os personagens foram bem construídos, cada um a sua maneira, com aquelas complicações solucionadas conforme iam interagindo, além de serem encantadores juntos.
Por ser um conto, não tem muitos quotes, porém isso não tira sua credibilidade. Trata-se de uma leitura fluída que traz algumas reflexões válidas quanto ao mundo da fama e aos tratamentos entre as pessoas, além de trazer a ideia de empatia.

Nota (5/5): 🌟🌟🌟🌟🌟

sábado, 23 de junho de 2018

Resenha: Fenomenal, de Andy Collins

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Olá, leitores!
Uma resenha bem diferente da última e direta para quem curte romance erótico, pois essa é uma obra que promete ser intensa em todo sentido da palavra.


Título: Fenomenal
Autora: Andy Collins
Páginas: 132

"Palavras não te ferem como facas, não, elas vão mais fundo, arrancando cada pedaço da sua dignidade, do seu orgulho, do seu amor próprio."

Resenha:

Um livro curto, bem escrito e bastante quente.
Bree está enrascada. Tem dez dias para conseguir uma quantia de cem mil dólares. Motivo? Isso não vem ao caso. Ela precisa manter o foco, porém se prostituir nunca tinha sido uma ideia que passasse a sua mente.
Um encontro no elevador. O perfume feminino no ar faz com que Oliver fique inebriado e curioso por aquela mulher.
Sua rotina de lutador é intensa, controlada e sem espaço para romances.
Apesar de estar em Vegas para um torneio, detesta jogos, mas adora mulheres e Bree o encanta imediatamente com as curvas do corpo bem delineado.
O trato é de dez dias. Sem perguntas. Sem outros caras. Sem drogas. Somente sexo e nada mais. Entretanto há coisas que eles simplesmente não têm como controlar.
O livro traz uma premissa que inicialmente me lembrou "A garota do calendário", mas ao longo foi se mostrando um tanto diferente, em especial por ter seu final traçado no epílogo.
Bree é uma personagem que esconde do leitor o motivo real do que aconteceu e só se entende o motivo de fato dela estar fazendo isso na reta final. Ah, não posso esquecer do instante que o livro ganhou uma estrela comigo certa. A autora criou uma personagem bela, chamativa aos olhares masculinos, mas também "gente como a gente". Digo isso pela passagem que o nosso lutador cita sobre as finas linhas em sua pele que a tornam uma "mulher de verdade". Entenderam? Achei algo muito bacana de ser narrado, afinal nem toda mulher é bonequinha e muitos escritores se esquecem disso ao moldar seus personagens.
Oliver é um homem centrado que carrega um grande fardo. Ou melhor, ele se acha um para o irmão, Jason, que mesmo sendo o caçula cuida dele mais que ele mesmo seria capaz. A relação entre os irmãos é forte e admirável, contudo pode ser abalada por um erro do passado.
Um livro sem dúvidas bem escrito. Sexy e intenso em suas cento e trinta e duas páginas. A autora não fica martelando na mesma tecla várias vezes e traz alguns assuntos interessantes de serem levantados como a violência contra a mulher, mesmo que de maneira indireta logo no início do livro.
Rápido de ser lido, um tanto previsível, acredito que devido a temática e talvez isso que o torne interessante. De vez em quando é bom pegar uma obra dessas que você tem certeza de início, meio e fim, algumas surpresas e momentos de altos e baixos com os personagens.
Com toda certeza é uma história que atrai bastante o leitor para as sequências.

Nota (4/5): 🌟🌟🌟🌟